quarta-feira, julho 16, 2008

Acabou


segunda-feira, maio 26, 2008

Teste sobre o Memorial do Convento

Grupo I
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Nove anos procurou Blimunda. Começou por contar as estações, depois perdeu-lhes o sentido. Nos primeiros tempos calculava as léguas que andava por dia, quatro, cinco, às vezes seis, mas depois confundiram-se-lhe os números, não tardou que o espaço e o tempo deixassem de ter significado, tudo se media em manhã, tarde, noite, chuva, soalheira, granizo, névoa e nevoeiro, caminho bom, caminho mau, encosta de subir, encosta de descer, planície, montanha, praia do mar, ribeira de rios, e rostos, milhares e milhares de rostos, rostos sem número que os dissesse, quantas vezes mais os que em Mafra se tinham juntado, e de entre os rostos, os das mulheres para as perguntas, os dos homens para ver se neles estava a resposta, e destes nem os muito novos nem os muito velhos, alguém de quarenta e cinco anos quando o deixámos além no Monte Junto, quando subiu aos ares, para sabermos a idade que vai tendo basta acrescentar-lhe um ano de cada vez, por cada mês tantas rugas, por cada dia tantos cabelos brancos. Quantas vezes imaginou Blimunda que estando sentada na praça duma vila, a pedir esmola, um homem se aproximaria e em lugar de dinheiro ou pão lhe estenderia um gancho de ferro, e ela meteria a mão ao alforge e de lá tiraria um espigão da mesma forja, sinal da sua constância e guarda, Assim te encontro, Blimunda, Assim te encontro, Baltasar, Por onde foi que andaste em todos estes anos, que casos e misérias te aconteceram, Diz-me primeiramente de ti, tu é que estiveste perdido, Vou-te contar, e ficariam falando até ao fim do tempo.
Milhares de léguas andou Blimunda, quase sempre descalça. A sola dos seus pés tornou-se espessa, fendida como uma cortiça. Portugal inteiro esteve debaixo destes passos, algumas vezes atravessou a raia de Espanha porque não via no chão qualquer risco a separar a terra de lá da terra de cá, só ouvia falar outra língua, e voltava para trás. Em dois anos, foi das praias e das arribas do oceano à fronteira, depois recomeçou a procurar por outros lugares, por outros caminhos, e andando e buscando veio a descobrir como é pequeno este país onde nasceu, Já aqui estive, já aqui passei, e dava com rostos que reconhecia, Não se lembra de mim, chamavam-me Voadora, Ah, bem me lembro, então achou o homem que procurava, O meu homem, Sim, esse, Não achei, Ai pobrezinha, Ele não terá aparecido por aqui depois de eu ter passado, Não, não apareceu, nem nunca ouvi falar dele por estes arredores, Então cá vou, até um dia, Boa viagem, Se o encontrar.
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Apresente, de forma bem estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem.
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1. Baseando-se nos três primeiros períodos do texto, indique duas características da percepção que Blimunda vai tendo do tempo, enquanto procura Baltasar.
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2. Releia a narrativa, a partir de “e andando e buscando”.
2.1. Identifique duas das vozes aí presentes, exemplificando cada uma das vozes por si indicadas com duas transcrições do texto.
2.2. Explicite duas das funções das falas contidas neste excerto.
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3. Refira cinco dos traços caracterizadores de Blimunda, fundamentando-se no texto.
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4) Escolha uma das seguintes propostas de comentário:
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a) «Memorial do Convento [...] traça do século XVIII uma visão extraordinária.»
Oscar Lopes, «Romancista por Vocação», in Diário de Noticias, 9 de Outubro de 1998
Partindo desta opinião de Óscar Lopes, apresente, num texto de sessenta a cem palavras, o aspecto para si mais marcante do século XVIII português, tal como é evocado no romance de Saramago.
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b) «Bliimunda representa um elemento mágico não explicado.»
José Saramago, D Jornal, 28.01.1983
Comente o juízo crítico apresentado, fundamentando-se na sua experiência de leitor. Redija um texto expositivo-argumentativo bem estruturado, de cem a cento e cinquenta palavras.

c) “... a História é neste universo saramaguiano submetida a um peculiar tratamento. Não se trata, com efeito, de reproduzir fielmente os inabaláveis factos da História, mas, pelo contrário, de aproveitar acontecimentos e figuras que, mesclados com a imaginação (re)criadora do autor viabilizam a construção de uma História marginal à versão oficial.”
in Memorial do Convento, História, Ficção e Ideologia de Ana Paula Arnaut
Elabore uma dissertação em que aborde de forma desenvolvida e fundamentada a questão do papel da História no processo de construção do romance.
In “Português 12º o essencial” – Edições Asa
Grupo II
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FMI reconhece que globalização gerou contenção salarial nos países mais ricos
A oferta de mão-de-obra no mercado mundial quadriplicou em 25 anos. Em países como Portugal, o impacto é a contenção nos salários e no emprego.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) reconheceu, pela primeira vez, que o processo de globalização e, em particular, o aumento da mão-de-obra disponível na economia mundial estão a acentuar a desigualdade na distribuição de rendimentos nos países mais ricos e a provocar contenção salarial. (...)
Num estudo (...) publicado, a entidade (...) calcula que, durante os últimos 25 anos, a força de trabalho que,compete nos mercados internacionais mais do que quadriplicou, com a maior parte da subida a registar-se já depois de 1990. A abertura das economias asiáticas e do Leste europeu ao exterior foram o principal motor deste aumento de mão-de-obra disponível e que é, na sua maioria, pouco qualificada.
O impacto deste fenómeno nos países ricos, sentido através de mais importações, deslocalizações da produção e imigração, é a contenção nos salários e na criação de emprego. "A globalização é um dos factores que têm levado à redução da parte do rendimento que é distribuído pelo factor trabalho nos países avançados", afirma o relatório.
Vários economistas têm vindo a assinalar que o aumento dos lucros registados pelas empresas do mundo desenvolvido não tem sido acompanhado por ganhos semelhantes por parte dos trabalhadores por conta de outrem. E alertam para a possibilidade de poderem regressar às políticas económicas proteccionistas, se não se resolver esta situação.
Nos Estados Unidos, alguns dos candidatos mais bem-sucedidos nas últimas eleições para o Congresso defenderam a aplicação de medidas que dificultem a entrada em massa de produtos chineses no país, alegando que estavam a prejudicar o mercado de trabalho interno. Na Europa, vários governos têm pressionado a Comissão Europeia para rever os acordos assinados com a China relativamente à importação de vestuário e calçado.
Portugal é nesta matéria um dos países mais afectados, uma vez que o peso das indústrias de mão-de- -obra intensiva é muito elevado. A sequência de deslocalizações de unidades produtivas, tanto no vestuário e calçado como no sector automóvel, tem contribuído para que se tivesse sentido no país, durante os últimos dois anos, uma forte contenção salarial. (...)
Apesar de reconhecer este efeito negativo, o FMI faz questão de salientar (...) que os trabalhadores dos países mais ricos também retiraram vantagens da globalização. "Estão a beneficiar do maior bolo económico que agora existe, embora a sua parte nele tenha diminuído", afirma. Defende de igual modo que, para além da globalização, outros factores têm contribuído para o agravamento da desigualdade, nomeadamente as rápidas transformações tecnológicas.
O FMI recomenda que, para fazer face ao impacto na "distribuição do rendimento", os países devem apostar na educação e fortalecer o sistema de segurança social.
Sérgio Aníbal, in Público, 6 de Abril 2007 (adaptado)
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1. Classifique como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das seguintes afirmações, de acordo com o sentido do texto.
a) No primeiro parágrafo, o enunciador parte de um fenómeno geral para seguidamente a especificar um aspecto desse mesmo fenómeno.
b) A disponibilidade de mão-de-obra é inversamente proporcional aos ganhos dos trabalhadores por conta de outrem.
c) A expressão "Vários economistas" (l. 12) qualifica a posição apresentada como uma visão especializada, o que lhe confere um valor de autoridade.
d) Uma das consequências políticas da globalização é a tendência para o abrandamento na adopção de políticas de cariz proteccionista.
e) Portugal é afectado pelo fenómeno do mesmo modo que a generalidade dos países.
f) De acordo com o FMI, assiste-se actualmente a uma diferente distribuição de um volume de riqueza que, efectivamente, cresceu.
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2. Faça corresponder a cada um dos cinco elementos do Grupo A um elemento do Grupo B.
Grupo A
1. A sequência FMI
2. O vocábulo "deslocalizações"
3. A perífrase verbal "têm vindo a assinalar”
4. A expressão "Apesar de reconhecer"
5. O último parágrafo do texto
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Grupo B
a) apresenta uma actualização da modalidade deôntica.
b) expressa um nexo lógico de consequência.
c) é formado por meio de afixação.
d) exemplifica um processo de siglação.
e) relativamente à sua caracterização, veicula um valor aspectual pontual.
f) relativamente à sua caracterização, veicula um valor aspectual durativo.
g) expressa um nexo lógico de concessão.
h) apresenta uma actualização da modalidade apreciativa.
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3. Reescreva as frases seguintes, respeitando as indicações fornecidas em cada alínea:
a) iniciando a frase por "Caso"
"Vários economistas f...J alertam para a possibilidade de poderem regressar às polfticas econômicas proteccionistas, se não se resolver esta situação. "
b) iniciando a frase por "Como":
"Portugal é nesta matéria um dos países mais afectados, uma vez que o peso das indús- trias de mão-de-obra intensiva é muito elevado."

4. Leia atentamente a sequência textual seguinte:
O impacto da globalização nos países ricos, sentido através de mais importações, deslocalizações de produção e imigração, é a contenção nos salários e na criação de emprego. A globalização é um dos factores que têm levado ao aumento da parte do rendimento que é distribuído pelo factor trabalho nos países avançados.
1.1. Explique por que razão podemos afirmar que nela é desrespeitada a regra da não contradição.
In “ Testes de Avaliação 12.º ano – Português” – Porto Editora
GRUPO III
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Escolha uma das seguintes propostas de produção escrita:
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A) “A religião nasce da necessidade de entender um universo que escapa à nossa compreensão por causa da sua complexidade profunda e ordenada. A religião agiu, nos melhores períodos da civilização humana, para complementar a nossa compreensão científica dos fenómenos naturais. Pode e procura dar respostas às perguntas que são demasiado difíceis para a ciência responder. Apresentando um conjunto de orientações e de rituais como contrapeso ao lado destrutivo da natureza humana, as religiões do mundo com sucesso impediram, mais ou menos, a humanidade de se desmoronar no caos e no barbarismo.”
Nikos A. Salíngaros, "Anti-arquitectura e religião" (trad. revista por Hermínio Rico SJ), in Brotéria, 155 (Novembro de 2002), Lisboa
Numa dissertação, de 200 a 300 palavras, discuta esta tese de Salíngaros, expondo um ponto de vista devidamente fundamentado sobre o tema: A religião.
Com o texto da sua dissertação, deverá apresentar o respectivo plano.

B) O World Water Development Report (…) sustenta que, neste princípio de século, a Terra já está a viver uma ‘séria crise da água', que tende a piorar, a não ser que se faça algo, e rapidamente. Esta crise gira sobretudo em torno da escassez de água, embora a poluição seja um dos principais motivos que contribuem para a menor disponibilidade dos recursos hídricos.
Ricardo Garcia, Sobre a Terra, Lisboa, in Público, 2004
Numa dissertação, de 200 a 300 palavras, discuta esta tese, expondo um ponto de vista devidamente fundamentado sobre o tema: A importância da água.
Com o texto da sua dissertação, deverá apresentar o respectivo plano.
In “Preparação para o Exame Nacional 2006 – Português” – Porto Editora

Memorial do Convento de José Saramago

"Em Memorial do Convento há dois grupos antagónicos de personagens: a classe opressora, representada pela aristocracia e alto clero, e os oprimidos, o povo. No primeiro grupo destaca-se a actuação do Rei, enquanto que no segundo, além de Baltasar e Blimunda, se integram o padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão, perseguido pela Inquisição, pela modernidade do seu espírito científico, e Domenico Scarlatti que, pela liberdade de espírito e pelo poder subversivo da sua música, é uma figura incómoda para o Poder. É ainda importante referir que, em Memorial do Convento, as personagens históricas convivem com as fictícias, conduzindo à fusão entre realidade e ficção."
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Material de estudo

Teste os seus conhecimentos

sábado, maio 24, 2008

Estrutura do teste de avaliação do 12.º ano - 29/5/2008

Grupo I - 100 pontos;
Grupo II - 50 pontos;
Grupo III – 50 pontos .
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GRUPO I
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A)
1. Um texto da obra Memorial do Convento de José Saramago.
1.1. Perguntas de interpretação:
a) Contextualização na estrutura do texto narrativo a que pertence;
b)Explicação e interpretação de sentidos textuais e de símbolos específicos, tendo em conta a globalidade da obra a que pertence;
c) Caracterização das personagens, tendo como referência o texto apresentado e articulando com outros excertos (quando solicitado)
d) Identificação de figuras de estilo, justificando o seu valor expressivo.
e) Explicitação da especificidade das categorias narrativa: acção, personagens, tempo, espaço e narrador.
f) Identificação de elementos no texto que caracterizem a linguagem e o estilo de Saramago.
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B) 2. Produção de um texto (sessenta a cento e vinte palavras) sobre o Memorial do Convento, partindo de uma imagem ou de um comentário.
· Classificação do romance
· Contextualização
· A intencionalidade satírica
· A dimensão simbólica do romance.
· A arquitectura do romance.
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Grupo II
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1. Texto informativo
  • Questões sobre funcionamento da língua: articuladores do discurso e respectiva classificação; análise frásica ( frase simples/frase complexa; frase finita/frase não finita; coordenação/subordinação); funções sintácticas; actos ilocutórios; expressões deícticas.
  • Exercício de coesão e coerência textual, respeitando os princípios de não contradição, não tautologia (tautologia – informações que repetem em termos idênticos ou equivalentes aquilo que já foi dito, não acrescentando nada de novo), da relevância, da continuidade temática e da progressão semântica.
  • Explicitação dos valores semânticos do aspecto e da modalidade.


GRUPO III
Produção de um texto de reflexão, de acordo com as directrizes apresentada;
É obrigatória a apresentação de um plano-guia.

domingo, abril 13, 2008

Testes sobre "Felizmente Há Luar"

Texto do Felizmente Há Luar! (da página 135 à 140)
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Questionário 1
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1. Indique as razões invocadas por Sousa Falcão para o seu luto.
2. Explicite o sentido da frase: «Há homens que obrigam todos os outros homens a reverem-se por dentro...».
3. Refira a função de cada um dos dois tipos de texto que acompanham o diálogo: notas à margem e indicações dadas entre parênteses.
4. Descreva, com base no excerto transcrito, os traços caracterizadores de Gomes Freire.
5. Comente a evolução que se regista na atitude de Matilde.
In Exame Nacional de Português B – 2001 – 1.ª fase
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Questionário 2
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1. De entre as afirmações seguintes, identifique, através da alínea respectiva, aquela que completa a frase de modo adequado ao sentido do texto.
1.1. A saia verde que Matilde vestiu no momento da execução do marido simboliza…
a) o amor entre ambos.
b) a esperança de que ele não morra.
c) o desejo de regressar a Paris.
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1.2. Sousa Falcão vestiu-se de negro, porque estava de luto…
a) pelo amigo.
b) por si próprio.
c) por todos quantos foram executados.
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1.3. Sousa Falcão afirma não ser amigo de Gomes Freire, porque…
a) este o decepcionou, devido à sua conduta ousada.
b) receia ser identificado com o general.
c) não foi condenado à morte juntamente com o general.
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1.4. A frase «Há homens que obrigam todos os outros homens a reverem-se por dentro…» significa que…
a) há homens que, pelo seu exemplo de coragem, obrigam os outros homens a porem-se em causa e a questionarem-se.
b) há homens que, pela sua ousadia, obrigam os outros homens a condená-los para restabelecer a ordem.
c) há homens que, pela sua ousadia, obrigam os outros homens a considerar-se inferiores.
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1.5. Segundo Sousa Falcão, Gomes Freire de Andrade é um homem…
a) idealista, embora lutador e corajoso.
b) idealista, lutador e corajoso.
c) idealista, mas lutador e corajoso.
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1.6. As notas à margem do texto principal…
a) referem alterações na iluminação.
b) marcam as pausas, o tom de voz, os gestos e os movimentos cénicos das personagens.
c) constituem comentários que interpretam, enquadram e explicitam cenicamente as atitudes e as falas das personagens.
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2. "A nobreza moral de Matilde aproxima-a da trajectória de uma heroína trágica."
In História do Teatro Português de José Oliveira Barata
2.1. Considere o juízo crítico apresentado e comente-o, fundamentando-se na sua experiência de leitura. Redija um texto expositivo-argumentativo bem estruturado, (de cem a duzentas palavras).
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3. Na peça Felizmente Há Luar! Assumem particular relevância o tema da opressão e o efeito cénico da luz.
Fazendo apelo à sua experiência de leitura, apresente, de entre os dois aspectos referidos, aquele que para si se revelou mais significativo nesta obra de Luís de Sttau Monteiro. Desenvolva a sua opinião num texto expositivo-argumentativo bem estruturado, de cem a duzentas palavras).
In Português – O Essencial do 12.º - Edições Asa
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Questionário III
No manual Plural (na página 347) – Lisboa Editora
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Questionário IV
1. Partindo das imagens propostas, redija um texto expositivo-argumentativo bem estruturado (de cem a duzentas palavras) sobre Felizmente Há Luar!.

Grupo II
Funcionamento da Língua
Texto
Com a entrada da pessoa humana na História, deu-se um salto que deixou "traços ncomparáveis na História das Ideias". Sem esta valorização nitidamente cristã da pessoa enquanto tal, "a filosofia dos direitos do homem a que estamos tão ligados hoje nunca teria visto o dia".
O cristianismo proclamou uma ideia então inaudita: contra a Cidade grega, fundada na escravatura, afirmou que "a Humanidade é fundamentalmente una e que os homens são iguais em dignidade".
Esta noção de igual dignidade de todos os seres humanos põe a liberdade como fundamento da moral. Enquanto as grandes cosmologias gregas colocavam a natureza como norma, derivando daí um universo aristocrático, já que a natureza é profundamente hierarquizada e desigualitária, para o cristianismo as desigualdades naturais não têm importância - a dignidade dos seres humanos é a mesma e assenta na liberdade e não nos talentos naturais. O que decide o que é moral e imoral não são os dons naturais, mas o uso que deles se faz.
Assim, "talvez pela primeira vez na História da Humanidade, é a liberdade e não já a natureza que se torna o fundamento da moral". E precisamente a ideia de dignidade igual de todos, que também surge pela primeira vez, está na "origem da democracia moderna".
Tanto assim é que ainda hoje "as civilizações que não conheceram o cristianismo têm grandes dificuldades em dar à luz regimes democráticos".
Neste enquadramento, surge a consciência de que, no plano moral, "o espírito é mais importante do que a letra, o 'foro interior' mais decisivo do que a observância literal da lei da Cidade, que não passa de uma lei exterior".
Deste modo, entra em cena a ideia moderna de Humanidade. Já não há senhores e escravos e o "bárbaro" no sentido de estrangeiro tende a desaparecer a favor da afirmação de que há uma só Humanidade: o cristianismo é "a primeira moral universalista".
Se o Logos encarnou numa pessoa, então o amor é mais forte do que a morte. Tradicionalmente, o eu estava votado a dissolver-se no grande Todo impessoal, mas o cristianismo promete a imortalidade da pessoa na ressurreição dos mortos, garantida pelo Deus que é Amor e que pede o amor entre todos os homens. Assim, afirmar que o cristianismo despreza a carne é "inexacto". Não afirma ele que o divino se tornou carne em Cristo e não promete ele a salvação enquanto ressurreição da pessoa toda em corpo?
Anselmo Borges, DN
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1. De entre as afirmações seguintes, escolha, identificando através da alínea respectiva, a hipótese que corresponde à alternativa correcta.
1.1. Na expressão "Tradicionalmente, o eu estava votado a dissolver-se no grande Todo impessoal", a expressão destacada pertence à:
a) conjugação pronominal reflexa;
b) conjugação pronominal;
c) conjugação perifrástica;
d) conjugação verbal simples.
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1.2. A expressão «contra a Cidade grega, fundada na escravatura, afirmou que “a Humanidade é fundamentalmente una e que os homens são iguais em dignidade"» contém:
a) um acto ilocutório directivo;
b) um acto ilocutório assertivo;
c) um acto ilocutório compromissivo;
d) um acto ilocutório expressivo.
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1.3. A forma verbal "há" (sublinhada no texto) está no:
a) futuro do indicativo;
b) presente do indicativo; ;
c) pretérito imperfeito do indicativo;
d) imperativo.
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1.4. O adjectivo da expressão "o amor é mais forte do que a morte" está no grau:
a) superlativo relativo de superioridade;
b) normal;
c) comparativo de superioridade;
d) superlativo absoluto sintético.
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1.5. As expressões destacadas em "Não afirma ele que o divino se tornou carne em Cristo e não promete ele a salvação enquanto ressurreição da pessoa toda em corpo?" são respectivamente:
a) uma oração relativa restritiva, uma oração coordenada copulativa e uma oração subordinada adverbial temporal;
b) uma oração substantiva completiva, uma oração coordenada disjuntiva e uma oração subordinada adverbial temporal;
c) uma oração relativa explicativa, uma oração coordenada copulativa e uma oração subordinada adverbial temporal;
d) uma oração substantiva completiva, uma oração coordenada copulativa e uma oração subordinada adverbial temporal.
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2. Faça corresponder aos elementos da grupo A um elemento da grupo B, de modo a obter informações verdadeiras.
Grupo A
1) Com a expressão "O cristianismo proclamou uma ideia então inaudita",
2) Com a expressão "Já não há senhores e escravos e o bárbaro no sentido de estrangeiro",
3) Com a expressão "Se o Logos encarnou numa pessoa, então o amor é mais forte do que a morte.",
4) Com a expressão "O que decide o que é moral e imoral não são os dons naturais, mas o uso que deles se faz.",
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Grupo B
a) o enunciador apresenta uma ideia de novidade.
b) o enunciador expressa uma ideia de uma acção a realizar.
c) o enunciador introduz aspectos acessórios relativamente ao tópico que se encontra a tratar.
d) o enunciador traduz uma ideia do fluir do tempo.
e) o enunciador expressa uma ideia de simultaneidade.
f) o enunciador introduz uma ideia de contraste.
g) o enunciador traduz uma ideia de conclusão.
h) o enunciador introduz uma enumeração em que todos os elementos têm estatuto semelhante.

3. Identifique as afirmações verdadeiras (V) e as afirmações falsas (F), justificando as falsas.
a) Na expressão “o que é moral e imoral”, as palavras destacadas são antitéticas.
b) A expressão destacada em "os homens são iguais em dignidade." é um predicativo de sujeito.
c) "Esta noção de igual dignidade de todos os seres humanos põe a liberdade como fundamento moral.” contém uma comparação.
d) “desigualitária” é uma palavra derivada por prefixação.
In Preparação para Testes e Exame Nacional de Português, Sebenta Editora
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Grupo III
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“Dá-me o telemóvel, já!”

1.1. Partindo deste episódio lamentável que nos invadiu a casa de todas as formas e feitios, elabore uma dissertação sobre o estado deplorável do ensino em Portugal (segundo alguns entendidos ou que têm a mania que são entendidos), procurando detectar as causas e apontar possíveis soluções. Para fundamentar o seu ponto de vista, recorra, no mínimo, a dois argumentos, ilustrando cada um deles com, pelo menos, um exemplo significativo.

sábado, abril 12, 2008

Estrutura do teste de avaliação 17/4/2008

Grupo I - 100 pontos;
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Grupo II - 50 pontos;
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Grupo III – 50 pontos .
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GRUPO I
. A) 1. Um texto da obra Felizmente Há Luar! de Luís Sttau Monteiro:
1.1. Perguntas de interpretação:
a) Contextualização na estrutura do texto dramático a que pertence;
b)Explicação e interpretação de sentidos textuais e de símbolos específicos, tendo em conta a globalidade da obra a que pertence;
c) Caracterização das personagens, tendo como referência o texto apresentado e articulando com outros excertos (quando solicitado)
d) Identificação de figuras de estilo, justificando o seu valor expressivo.
e) Explicitação das categorias e dos elementos estruturantes do texto dramático, enquanto veiculadores de sentidos na peça teatral estudada.
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B) 2. Produção de um texto (sessenta a cento e vinte palavras) sobre o Felizmente Há Luar!, partindo de uma imagem ou de um comentário.
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Grupo II
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1. Texto informativo
  • Questões sobre funcionamento da língua: articuladores do discurso e respectiva classificação; análise frásica ( frase simples/frase complexa; frase finita/frase não finita; coordenação/subordinação); funções sintácticas; actos ilocutórios; expressões deícticas.
  • Exercício de coesão e coerência textual, respeitando os princípios de não contradição, não tautologia (tautologia – informações que repetem em termos idênticos ou equivalentes aquilo que já foi dito, não acrescentando nada de novo), da relevância, da continuidade temática e da progressão semântica

GRUPO III

  • Produção de um texto de reflexão, de acordo com as directrizes apresentada;
  • É obrigatória a apresentação de um plano-guia.

sexta-feira, abril 11, 2008

"Felizmente Há Luar!" de Luís Sttau Monteiro


A acção de Felizmente Há Luar! passa-se nos primeiros anos do séc. XIX, no início das lutas liberais, e serve de pretexto, a Sttau Monteiro, para denunciar o presente através da metáfora do passado. Escrita em 1958, no contexto social e político do Estado Novo, pretende retratar um tempo de opressão e adquire uma função didáctica, permitindo-nos o conhecimento da história do país e advertindo-nos para os problemas de um sistema repressivo e sua prevenção.
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Material de estudo
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Teste os seus conhecimentos
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sábado, março 01, 2008

Teste 1 sobre a "Mensagem" de Fernando Pessoa

Leia atentamente o texto:
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CALMA
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Que costa é que as ondas contam
E se não pode encontrar
Por mais naus que haja no mar?
O que é que as ondas encontram
E nunca se vê surgindo?
Este som de o mar praiar
Onde é que está existindo?

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Ilha próxima e remota,
Que nos ouvidos persiste,
Para a vista não existe.
Que nau, que armada, que frota
Pode encontrar o caminho
À praia onde o mar insiste,
Se à vista o mar é sozinho?

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Haverá rasgões no espaço
Que dêem para outro lado,
E que, um deles encontrado,
Aqui, onde há só sargaço,
Surja uma ilha velada,
O país afortunado
Que guarda o Rei desterrado
Em sua vida encantada?
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Fernando Pessoa, Mensagem
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1. De entre as afirmações seguintes, identifique aquela que completa a frase, de acordo com o sentido global do texto.
1.1. Ao longo do poema, o sujeito poético
a) tenta encontrar uma ilha perdida no nevoeiro.
b) pressente a existência de uma realidade para além do visível.
c) recebe informações sobre as novas terras descobertas anunciadas pelo som das ondas.
d) sonha com uma ilha encantada e um rei adormecido.
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1.2. O poema apresenta
a) um sonho de um futuro possível.
b) um presente de estagnação e de possibilidade.
c) um futuro possível ligado ao mar.
d) o mar como potenciador do regresso de um passado de glória.
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2. Aponte a relação que se estabelece entre o sujeito poético e as ondas do mar.

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3. Explique, no contexto do poema, a expressividade do oxímoro que inicia a segunda estrofe.
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4. Explique em que medida o achamento do "Rei desterrado" ultrapassa os limites físicos do espaço.
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Grupo II
1. Identifique as afirmações verdadeiras (V) e a: afirmações falsas (F):
A) Em "Que costa é que as ondas contam / E se não pode encontrar" (w. 1-2), o pronome "se" é reflexo.
B) A palavra "praiar" (v. 6) formou-se pela aposição de um afixo derivacional.
C) A frase "Ilha próxima e remota, / Que nos ouvidos persiste, / Para a vista não existe" c. (w. 8-10) contém uma oração subordinada relativa explicativa.
D) Na frase “Aqui, onde há só sargaço" (v. 18) o enunciador utiliza um deíctico temporal.
E) Na expressão "uma ilha velada" (v. 19) o determinante artigo indefinido tem um valor genérico.
F) Em "vida encantada" (v. 22), o adjectivo tem valor restritivo.
G) As palavras "nau", "armada", "frota" integram o mesmo campo lexical.
H) Na frase "(...) que frota / Pode encontrar o caminho / (.. .), / Se à vista o mar é sozinho" (w. 11-14), existe uma oração subordinada substantiva completiva.
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2. Explique a utilização do demonstrativo "este" no penúltimo verso da primeira estrofe.
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3. Justifique a utilização do modo conjuntivo na última estrofe do poema.
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(In Exames Resolvidos de Português 12.º, Porto Editora)
Grupo III
Num texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras, apresente uma reflexão sobre a importância do sonho e do mito para o Homem. Para fundamentar o seu ponto de vista, recorra, no mínimo, a dois argumentos, ilustrando cada um deles com, pelo menos, um exemplo significativo.
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De modo a enriquecer o seu texto, utilize algumas citações da Mensagem, como por exemplo:
“O mito é o nada que é tudo”
“Sem loucura que é o homem/Mais que a besta sadia,/ Cadáver adiado que procria.”
“Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”.
O sonho é “buscar na linha fria do horizonte / A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte – Os beijos merecidos da Verdade.”
“Tudo vale a pena / Se a alma não é pequena:”
“Senhor, falta cumprir-se Portugal!”

Teste 2 sobre a Mensagem de Fernando Pessoa

Texto A
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D. JOÃO, O PRIMEIRO
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O homem e a hora são um só
Quando Deus faz e a história é feita.
O mais é carne, cujo pó
A terra espreita.

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Mestre, sem o saber, do Templo
Que Portugal foi feito ser,
Que houvesse a glória e deste o exemplo
De o defender.

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Teu nome, eleito em sua fama,
É, na ara(1) da nossa alma interna,
A que repele, eterna chama,
A sombra eterna.
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(1) – Altar; lugar de sacrifícios
Fernando Pessoa, Mensagem

.
Texto B

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37(…)
Tal Joanne, com outros escolhidos
Dos seus, correndo acorre à primeira ala:
«Ó fortes companheiros, ó subidos
Cavaleiros, a quem nenhum se iguala,
Defendei vossas terras, que a esperança
Da liberdade está na vossa lança!
.
38
Vedes-me aqui, Rei vosso e companheiro,
Que entre as lanças e setas e os arneses
Dos inimigos corro, e vou primeiro;
Pelejai, verdadeiros Portugueses!»
Luís de Camões; Lusíadas (Batalha de Aljubarrota)
.
Depois de uma leitura atenta, responda, de forma clara e correcta, às questões.
1. Assinale, na folha da prova, a alínea que considera correcta.

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1.1. O poema da Mensagem e a estância de Os Lusíadas fazem referência a personagens:
a) míticas.
b) lendárias.
c) históricas.
d) históricas e mitificadas.
.
1.2. D. João I é um herói involuntário, porque:
a) é instrumento da vontade divina.
b) garantiu a independência de Portugal.
c) venceu a Batalha de Aljubarrota, apesar de ter um exército diminuto.
d) Nuno Álvares Pereira lhe facultou esse poder.
.
1.3. Nos versos "Defendei vossas terras, que a esperança / Da liberdade está na vossa lança!", mostra-se que a liberdade:
a) está relacionada com a dureza da guerra e é indissociável do patriotismo.
b) é indissociável do patriotismo de um grupo de proprietários Portugueses.
c) só interessa aos patriotas Portugueses.
d) é uma questão fulcral na guerra.
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1.4. No poema de Fernando Pessoa, a palavra "Mestre" significa:
a) guia militar do Homem, de Portugal, do Mundo e exemplo de defesa da pátria.
b) guia mítico do Homem, de Portugal, do Mundo e exemplo de defesa da pátria.
c) guia espiritual do Homem, de Portugal, do Mundo e exemplo de defesa da pátria.
d) guia espiritual do Homem e de Portugal, bem como guia mítico do Mundo e exemplo de defesa da pátria.
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1.5. O sentido de "eterna chama" (v. 11) é:
a) o alento que conduz à luz, ao sonho de defesa e glória de Portugal.
b) o factor que leva os Portugueses a sonhar trilhar novos caminhos de vitória.
c) a destruição do sonho português.
d) o alumiar da epopeia marítima.
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1.6. A expressão "sombra eterna" (v .12) simboliza:
a) o real, o conhecimento e o apogeu.
b) o irreal, o desconhecido e a verdade.
c) que Deus quis que os portugueses se lançassem na saga marítima.
d) o irreal, o desconhecimento e o declínio.
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1.7. Os recursos estilísticos presentes nos versos "Ó fortes companheiros, ó subidos / Cavaleiros" e "O Homem e a hora são um só" são:
a) apóstrofe, adjectivação e metáfora.
b) adjectivação, antítese e hipérbole.
c) aliteração, apóstrofe e antítese.
d) metáfora, eufemismo e hipérbole.
.
1.8. O sujeito poético utiliza a maiusculação no verso 5 (Mensagem) para:
a) conferir autonomia, certeza e legitimidade à palavra.
b) conferir autonomia, valor e legitimidade à palavra.
c) conferir valor, confiança e legitimidade à palavra.
d) conferir legitimidade, certeza e confiança à palavra.
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2. Reportando-se aos dois textos, apresente a imagem de herói neles contida.
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3. Integre o poema de Pessoa na estrutura da Mensagem e a estância de Camões na estrutura de Os Lusíadas. Justifique convenientemente a sua resposta, num texto de 100 a 120 palavras
120 palavras.
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Grupo II
Funcionamento da Língua
1. De entre as afirmações seguintes, escolha, identificando através da alínea respectiva, a hipótese que corresponde à alternativa correcta.
1.1. O vocábulo "glória" é morfologicamente:
a) adjectivo;
b) nome comum;
c) nome abstracto;
d) advérbio de modo.
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1.2. No verso "De o defender" (est. 2) a expressão destacada tem como referente:

a) Mestre;
b) Portugal;
c) Templo;
d) Glória.
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1.3. A forma verbal "houvesse" está no:
a) Presente do Indicativo.
b) Presente do Conjuntivo.
c) Imperfeito do Conjuntivo.
d) Pretérito Mais-Que-Perfeito.
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1.4. A função sintáctica desempenhada pela expressão sublinhada em "A que repele, eterna chama, / A sombra eterna" é:
a) sujeito;
b) aposto;
c) predicativo do sujeito;
d) atributo.
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1.5. "sem" pertence à classe morfológica:

a) dos adjectivos;
b) das conjunções;
c) dos advérbios;
d) das preposições.
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1.6. Na expressão "Quando Deus faz a história é feita", a expressão sublinhada é:

a) uma oração subordinada adverbial final;
b) uma oração subordinada adverbial temporal;
c) uma oração relativa temporal;
d) uma oração subordinante adverbial temporal.
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2. Faça corresponder aos elementos da grupo A um elemento da grupo B, de modo a obter informações verdadeiras.
A)
1) "O Homem e a hora são um só. (v.1)
2) "eterna chama, / A sombra eterna" (vv. 11-12)
3) "a quem nenhum se iguala"
4) "Com ofertas, despois, e romarias"
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B)
a) O enunciador exprime uma ideia de afastamento espácio-temporal.
b) O enunciador expressa uma ideia hiperbólica.
c) O enunciador exprime uma ideia de dúvida.
d O enunciador traduz uma ideia do fluir do tempo
e) O enunciador expressa uma ideia antitética.
f) O enunciador encara uma ideia de simultaneidade.
O enunciador traduz uma ideia de exclusividade.
h) O enunciador introduz uma enumeração em que todos os elementos têm estatuto semelhante.
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3. Identifique as afirmações verdadeiras (V) e as afirmações falsas (F), justificando as falsas.
Afirmações
a) No verso "As graças deu a Quem lhe deu vitória", "Quem" é um pronome relativo.
b) A função sintáctica do elemento destacado em "O Homem e a hora são um só" é predicativo do sujeito.
c} No verso "Dos seus correndo acode", o vocábulo destacado é um determinante possessivo.
d) Portugal é hipónimo de nação.
e) Ora e "hora" são homógrafas
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(In Preparação para testes e exame nacional de Português - 12.º - Sebenta Editora)

Estrutura do teste de avaliação 6/3/2008

Grupo I - 100 pontos;
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Grupo II - 60 pontos;
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Grupo III –: 40 pontos .
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GRUPO I
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A)
1. Um poema da Mensagem de Fernando Pessoa:

1.1. Perguntas de interpretação:
a) Contextualização na estrutura da obra a que pertence;
b)Explicação e interpretação de sentidos textuais e de símbolos, tendo em conta a obra a que pertence;

c) Identificação dos sentimentos ou pensamentos expressos pelo sujeito poético.
d) Identificação de figuras de estilo, justificando o seu valor expressivo.
e) Noções de versificação (métrica, tipologia estrófica e rimática);

B)
2. Produção de um texto (sessenta a cento e vinte palavras), tendo em conta as seguintes temáticas:
  • Estrutura e valores simbólicos da Mensagem;
  • Criação de um Portugal mítico;
  • Sebastianismo e o mito do Quinto Império;
  • Mensagem / Os Lusíadas: relação intertextual;

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Grupo II

1. Texto informativo

  • Questões sobre funcionamento da língua: articuladores do discurso e respectiva classificação; análise frásica ( frase simples/frase complexa; frase finita/frase não finita; coordenação/subordinação); funções sintácticas; actos ilocutórios;
  • Exercício de coesão e coerência textual, respeitando os princípios de não contradição, não tautologia (tautologia – informações que repetem em termos idênticos ou equivalentes aquilo que já foi dito, não acrescentando nada de novo), da relevância, da continuidade temática e da progressão semântica

GRUPO III

  • Produção de um texto de reflexão, de acordo com as directrizes apresentada;
  • É obrigatória a apresentação de um plano-guia.

"Mensagem" de Fernando Pessoa

"Mensagem é um livro que projecta as ambições de Pessoa, numa análise mais a frio do que seria um Império Eterno, depois do Império Terreno que Portugal tinha construido e perdido para a corrupção que permeia todas as coisas materiais. O reino da paz, segundo Pessoa, surgiria apenas depois da conversão de cada homem, da sua transformação interior, como diz e bem Agostinho da Silva em Um Fernando Pessoa. De facto Mensagem é um livro talvez mais importante do que os Lusíadas, porque se menos eloquente é mais simbólico, falando ao interior e não tanto ao exterior. Mensagem é uma obra de análise profunda do passado e do futuro, mas nunca do presente, e isso é um ponto essencial quando a lemos. "
Major Reformado
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Material de Estudo:
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Teste os seus conhecimentos:
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domingo, janeiro 27, 2008

Teste sobre Os Lusíadas - 12.º Ano

Grupo I
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37
Porém já cinco Sóis eram passados
Que dali nos partíramos, cortando
Os mares nunca doutrem navegados,
Prósperamente os ventos assoprando,
Quando uma noite estando descuidados,
Na cortadora proa vigiando,
Uma nuvem que os ares escurece
Sobre nossas cabeças aparece.
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38
Tão temerosa vinha e carregada,
Que pôs nos corações um grande medo;
Bramindo o negro mar, de longe brada
Como se desse em vão nalgum rochedo.
- "Ó Potestade, disse, sublimada:
Que ameaço divino, ou que segredo
Este clima e este mar nos apresenta,
Que mor cousa parece que tormenta?"
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39
Não acabava, quando uma figura
Se nos mostra no ar, robusta e válida,
De disforme e grandíssima estatura,
O rosto carregado, a barba esquálida,
Os olhos encovados, e a postura
Medonha e má, e a cor terrena e pálida,
Cheios de terra e crespos os cabelos,
A boca negra, os dentes amarelos.
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40
Tão grande era de membros, que bem posso
Certificar-te, que este era o segundo
De Rodes estranhíssimo Colosso,
Que um dos sete milagres foi do mundo:
Com um tom de voz nos fala horrendo e grosso,
Que pareceu sair do mar profundo.
Arrepiam-se as carnes e o cabelo
A mi e a todos, só de ouvi-lo e vê-lo.
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41
E disse: — "Ó gente ousada, mais que quantas
No mundo cometeram grandes cousas,
Tu, que por guerras cruas, tais e tantas,
E por trabalhos vãos nunca repousas,
Pois os vedados términos quebrantas,
E navegar meus longos mares ousas,
Que eu tanto tempo há já que guardo e tenho,
Nunca arados d'estranho ou próprio lenho:
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42
Pois vens ver os segredos escondidos
Da natureza e do húmido elemento,
A nenhum grande humano concedidos
De nobre ou de imortal merecimento,
Ouve os danos de mim, que apercebidos
Estão a teu sobejo atrevimento,
Por todo o largo mar e pela terra,
Que ainda hás de sojugar com dura guerra.
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43
Sabe que quantas naus esta viagem
Que tu fazes, fizerem de atrevidas,
Inimiga terão esta paragem
Com ventos e tormentas desmedidas.
E da primeira armada que passagem
Fizer por estas ondas insofridas,
Eu farei d'improviso tal castigo,
Que seja mor o dano que o perigo!
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44
Aqui espero tomar, se não me engano,
De quem me descobriu, suma vingança.
E não se acabará só nisto o dano
Da vossa pertinace confiança:
Antes em vossas naus vereis cada ano,
Se é verdade o que meu juízo alcança,
Naufrágios, perdições de toda sorte,
Que o menor mal de todos seja a morte!

Luís de Camões, Os Lusíadas, Canto V
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Depois de uma leitura atenta, responda, de forma clara e correcta, às questões.
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1. Assinale a alínea que considera correcta.
1.1. As estâncias transcritas situam-se no plano:
a) mitológico e do poeta;
b) do poeta e da História;
c) da viagem e mitológico;
d) da História e da viagem.
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1.2. O Gigante Adamastor é uma personagem:
a) da mitologia greco-romana;
b) criada por Camões;
c) criada pela mística popular;
d) criada por Camões com elementos da mitologia greco-romana.
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1.3. O aparecimento da figura do Adamastor provoca nos nautas sentimentos de:
a) expectativa e terror;
b) estupefacção e medo;
c) expectativa e surpresa;
d) medo e surpresa.
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1.4. Identifica os recursos estilísticos presentes nos versos "E navegar meus longos mares ousas, / Que eu tanto tempo há já que guardo e tenho, / Nunca arados de estranho ou próprio lenho":
a) metáfora e anástrofe;
b) comparação e perífrase;
c) hipérbole e metáfora;
d) anástrofe e comparação.
1.4.1. Indique o valor expressivo dos recursos estilísticos que identificou na pergunta anterior.
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2.Localize este excerto na estrutura da obra a que pertence.
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3. Antes de o Gigante Adamastor surgir perante os nautas, há o registo de algumas alterações a nível atmosférico. De que forma a atmosfera criada, a figura e a voz do Adamastor contribuem para uma visão do "terrífico"?
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4. O discurso do Adamastor surge eivado de palavras que provocam sentimentos negativos. De acordo com o discurso por ele proferido, que sentimentos contraditórios revela este mesmo Gigante em relação aos navegadores portugueses?
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5. Como se justifica o facto de Camões colocar na boca do Adamastor profecias de naufrágios, que sabemos não serem contemporâneas de Vasco da Gama?
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6. O Gigante surge n'Os Lusíadas como o maior desafio dos Portugueses. O Homem, simples bicho da terra, vacila, mas teima em seguir o caminho traçado. Perante o exposto, explicite a simbologia do Gigante Adamastor.
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7. Interprete os versos "E disse: "Ó gente ousada, mais que quantas / No mundo cometeram grandes cousas, / Tu, que por guerras cruas, tais e tantas, / E por trabalhos vãos nunca repousas, / Pois os vedados términos quebrantas".
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Grupo II
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Funcionamento da Língua
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1. De entre as afirmações seguintes, escolha, identificando através da alínea respectiva, a hipótese que corresponde à alternativa correcta.

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1.1. O adjectivo presente no verso, "De Rodes estranhíssimo Colosso" encontra-se no grau:
a) superlativo absoluto analítico;
b) normal;
c) superlativo absoluto sintético;
d) comparativo de superioridade.
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1.2. No verso «E disse: "Ó qente ousada mais que quantas..."» a expressão sublinhada
desempenha a função sintáctica de:
a) complemento directo;
b) vocativo;
c) aposto;
d) sujeito.
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1.3. A forma verbal "seja" (est.43, v.8) está no:
a) presente do indicativo.
b) presente do conjuntivo.
c) imperativo.
d) pretérito mais-que-perfeito.
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2. Faça corresponder aos elementos do grupo A os elementos do grupo B, de modo a obter
informações verdadeiras.
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Grupo A
1) "rosto carregado, a barba esquálida, / Os olhos encovados..." (est.39, vv.4-5)
2) "Mais que quantas I No mundo cometeram grandes causas" (est.41, vv.1-2)
3) "Porém já cinco sóis eram passados" (est.37, v.1)
4) Por todo o largo mar e pola terra" (est.42, v.7)
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Grupo B
a) O enunciador exprime uma ideia de afastamento espácio-temporal.
b) O enunciador expressa uma ideia de comparação.
c) O enunciador exprime uma ideia de concessão.
d) O enunciador traduz uma ideia do fluir do tempo.
e) O enunciador expressa uma ideia de dúvida.
f) O enunciador encara uma ideia de contraste.
g) O enunciador traduz uma ideia de exclusividade.
h) O enunciador introduz uma enumeração em que todos os elementos têm estatuto semelhante.
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3. Identifique as afirmações verdadeiras (V) e as afirmações falsas (F), justificando as falsas.
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Afirmações
a) Nos versos "Tão temerosa vinha e tão carregada / Que pôs nos corações um grande medo, a frase sublinhada é uma frase subordinada causal.
b) No verso “Tu por guerras cruas", a palavra sublinhada é polissémica.
c) A palavra “esquálida” é um nome comum.
d) No verso “ Que dali nos partíramos", o pronome sublinhado desempenha a função sintáctica de complemento preposicional.
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Grupo III
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Expressão escrita
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Leia com atenção, o texto que se segue e elabore a sua síntese.

A acção dos portugueses na Índia visava estabelecer um monopólio comercial e também derrotar o muçulmano (o «mouro») inimigo político e religioso que Portugal sempre enfrentara, e que nesta circunstância detinha, no comércio asiático, o papel que pretendíamos para nós. Ora os responsáveis dão-se conta, a breve trecho, de que mesmo as relações comerciais só seriam possíveis se se baseassem no uso da força. E os orientais só nos respeitariam na medida em que demonstrássemos superioridade guerreira.
Os Portugueses tinham chegado à Índia com o principal objectivo de conseguir especiarias e outra mercadoria lucrativa. Apresentavam-se também como cruzados em luta permanente contra o Islão. Depressa se deram conta de que, para obter o controle das fontes de especiarias e do comércio no Oceano Índico, precisavam de destruir a rede antiquíssima dos mercadores e das feitorias muçulmanas. Para mais, vinham achar o islamismo como uma das principais religiões de toda a costa asiática. Nestes termos, especiarias e guerra teriam de estar sempre juntas, e quaisquer finalidades pacíficas que a princípio tivessem, cedo haveriam de se converter em política de agressão estratégica, destruição e conquista final.
De 1498 a 1505, os Portugueses limitaram-se ao cômputo do que tinham a fazer. Conseguiram obter licença de alguns rajás locais para estabelecer feitorias em Cochim, Cananor e Coulão, na costa ocidental da Índia, e em S. Tomé de Meliapor, na costa oriental. Contudo, a política de violência começara desde logo.
Intrigas locais onde os Muçulmanos desempenhavam sempre acção de relevo, somadas à inevitável desconfiança e falta de tacto dos Portugueses, levaram Pedro Álvares Cabral a bombardear a cidade em 1500. Novos bombardeamentos tiveram lugar em 1503 e 1504, até que um tratado foi imposto a Calecute pela superioridade das armas ocidentais.
( adaptação de “Preparação para Testes e Exame Nacional de Português – 12.º Ano”, Sebenta Editora)

quinta-feira, janeiro 24, 2008

Exame Nacional de Português 2006 - 12.ºAno

Grupo I
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Leia atentamente, o texto, constituído por cinco estãncias de Os Lusíadas, extraídas do Canto VII
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78
Um ramo na mão tinha... Mas, ó cego!
Eu, que cometo insano e temerário,
Sem vós, Ninfas do Tejo e do Mondego,
Por caminho tão árduo, longo e vário!
Vosso favor invoco, que navego
Por alto mar, com vento tão contrário,
Que, se não me ajudais, hei grande medo
Que o meu fraco batel se alague cedo.
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79
Queixas do poeta. Perigos da guerra.
Olhai que há tanto tempo que, cantando
O vosso Tejo e os vossos Lusitanos,
A fortuna mo traz peregrinando,
Novos trabalhos vendo, e novos danos:
Agora o mar, agora experimentando
Os perigos Mavórcios inumanos,
Qual Canace, que à morte se condena,
Numa mão sempre a espada, e noutra a pena.
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80.
Agora, com pobreza avorrecida,
Por hospícios alheios degradado;
Agora, da esperança já adquirida,
De novo, mais que nunca, derribado;
Agora às costas escapando a vida,
Que dum fio pendia tão delgado
Que não menos milagre foi salvar-se
Que para o Rei Judaico acrescentar-se.
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81
E ainda, Ninfas minhas, não bastava
Que tamanhas misérias me cercassem,
Senão que aqueles, que eu cantando andava
Tal prémio de meus versos me tornassem:
A troco dos descansos que esperava,
Das capelas de louro que me honrassem,
Trabalhos nunca usados me inventaram,
Com que em tão duro estado me deitaram.
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82
Vede, Ninfas, que engenhos de senhores
O vosso Tejo cria valorosos,
Que assim sabem prezar com tais favores
A quem os faz, cantando, gloriosos!
Que exemplos a futuros escritores,
Para espertar engenhos curiosos,
Para porem as coisas em memória,
Que merecerem ter eterna glória!
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(consulte o manual na página 81, se tiver dúvidas relativamente ao vocabulário.)
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Apresente, de forma bem estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem.
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1. O texto pertence a uma das invocações de Os Lusíadas.
1.1. Releia a estância 78 e identifique os elementos do discurso que, nesta estância, constituem marcas de invocação.
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2. Baseando-se no texto, refira cinco aspectos marcantes da caracterização que o sujeito poético faz da sua vida.
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3. Explicite um dos valores expressivos da anáfora “Agora” (vv. 13, 17, 19,21).
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4. Atente na estância 82. Analise a crítica social e política expressa nesta oitava.
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5. "Os Lusíadas suscitam reacções contraditórias. São, por um lado, uma obra laboriosa e árdua de ler - e, por outro, um deleite, para dizer como Tétis ao Gama."
Fernando Gil e Hélder Macedo, Viagens do Olhar. Porto, Campo das Letras, 1998
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Partindo do juízo expresso na afirmação acima transcrita, descreva, num texto de sessenta a cem palavras, a sua reacção de leitor relativamente a Os Lusíadas.
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Observações relativas ao item 5.
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente dos algarismos que o constituam (ex.: /2006/).
2. Um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até cinco pontos) do texto produzido.

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GRUPO II
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Leia, atentamente, o seguinte texto.
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"Os portugueses lêem menos jornais e periódicos do que qualquer país da União. Cinco a dez vezes menos, conforme os países. E tenhamos consciência de que as chamadas taxas de leitura desses países já eram o que são hoje há várias décadas. Tal como as portuguesas. Quer isto dizer que se pode quase admitir que existe um patamar de leitura de imprensa (eventualmente também de livros, eis uma questão para a qual não temos resposta) que o crescimento económico não parece conseguir elevar. Em muitos sectores, os portugueses recuperam atrasos ou, melhor dizendo, encurtam a distância que os separa de outros povos. Mas tal não é o caso quando olhamos para a leitura e a circulação de periódicos e de livros. (...)
A leitura de livros e de jornais é um hábito, uma necessidade cultural e uma exigência profissional, relativamente independente dos níveis de desenvolvimento económico. Por outras palavras, a leitura de livros e de jornais, durante os séculos XIX e XX, não aumenta necessariamente com o Produto Nacional Bruto. Nem nas mesmas proporções que a alfabetização e a escolarização. (...) Quer isto dizer que há factores explicativos, designadamente históricos, que podem influenciar de modo determinante os níveis de leitura.
No caso português, para retomar a minha hipótese de trabalho, quando foram atingidos níveis razoáveis de escolaridade e quando as taxas de analfabetismo começaram a descer abaixo dos 40 a 50 por cento, já existiam a rádio e sobretudo a televisão. Para a maioria dos portugueses, a palavra escrita nunca foi a principal fonte de informação cultural, profissional, quotidiana, familiar ou política. A televisão instalou-se em Portugal e cobriu o território antes de a escola o ter conseguido. (...) Até porque esta não compreendia os adultos ou os idosos e apenas acolhia as crianças e os adolescentes, nem sequer todos, durante um muito curto período de tempo. Desde então, consolidou-se o lugar da televisão como fonte primordial de informação (e de entretenimento e de consumo cultural), sem que nunca antes a leitura de livros e de periódicos se tivesse generalizado ao País, às regiões e às classes sociais.
António Barreto. "O livro é eterno", in Tempo de Incerteza, Lisboa, Relógio d'Água, 2002
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1. Para cada um dos quatro itens que se seguem (1.1., 1.2., 1.3., 1.4.) escreva, na sua folha de respostas, a letra correspondente à alternativa correcta, de acordo com o sentido do texto.
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1.1. Segundo o autor, há várias décadas que a taxa de leitura de imprensa em Portugal é inferior à dos outros países da União Europeia (UE). Tal facto corresponde à situação seguinte:
a) o número de leitores tem subido em todos os países da UE, excepto em Portugal.
b) o crescimento económico dos outros países da UE tem favorecido a expansão da leitura.
c) as taxas de leitura em Portugal e nos outros países da UE têm-se mantido inalteráveis.
d) a incapacidade portuguesa de recuperar atrasos tem marcado toda a vida nacional.
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1.2. Segundo o autor, os fracos índices de leitura de livros e de jornais, no Portugal de hoje, são fundamentalmente determinados pelo facto de
a) o Produto Nacional Bruto ter vindo a aumentar de forma muito pouco significativa.
b) as taxas de analfabetismo terem permanecido demasiado elevadas entre os portugueses.
c) os níveis de escolaridade atingidos pela população portuguesa serem insuficientes.
d) o hábito de ver televisão se ter enraizado antes de se ter generalizado o hábito de ler.
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1.3. O recurso às expressões “A leitura de livros e de jornais”, “a leitura de livros e de jornais" e "a leitura de livros e de periódicos"
a) contribui para reforçar o carácter descritivo do texto.
b) serve para introduzir enumerações ilustrativas.
c) mobiliza significados diferentes das expressões.
d) constitui um mecanismo de coesão lexical do texto.
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2. Neste item, faça corresponder a cada um dos quatro elementos do grupo A um elemento do grupo B, de modo a obter afirmações verdadeiras. Escreva, na sua folha de respostas, ao lado do número da frase, a alínea correspondente.
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A
1 . Com o uso da conjunção coordenativa adversativa "Mas"( no início da última frase do primeiro parágrafo).
2. Com a expressão "Por outras palavras. (no início da segunda frase do segundo parágrafo).
3. Com o recurso à forma do verbo auxiliar modal “podem”. (na última frase do segundo parágrafo)
4. Com a apresentação de informações entre parêntesis (na última frase do texto)
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B
a. o enunciador exprime um contraste relativamente à ideia antes apresentada.
b. o enunciador introduz aspectos acessórios relativamente ao tópico que se encontra a tratar.
c. o enunciador recorre à autoridade de alguém para reforçar as suas ideias.
d. o enunciador apresenta o conteúdo da frase como uma possibilidade.
e. o enunciador introduz uma explicitação das afirmações anteriormente feitas.
f. o enunciador narra um acontecimento ilustrativo da ideia exposta.
g. o enunciador define a estrutura global do texto.
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GRUPO III
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Num texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras, apresente uma reflexão sobre a tese relativa às preferências culturais dos jovens, exposta no texto a seguir transcrito. Para fundamentar o seu ponto de vista, recorra, no mínimo, a dois argumentos, ilustrando cada um deles com, pelo menos, um exemplo significativo.
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“Cultura clássica é o conjunto dos géneros estabelecidos: o livro, o cinema, o teatro, as exposições. Assiste-se progressivamente à substituição destes domínios instalados pelas tradições e pelas escolas por uma outra forma de cultura, particularmente apreciada pelos jovens e, claro, por eles veiculada, e que é constituída pelo vídeo, pelas magias informáticas, pelos novos modos de comunicar ou de ouvir música ou por essas mesmas músicas, o rap ou a tecno."
Bernard Pivot, cito in José Afonso Furtado, Os Livros e as Leituras - Novas Ecologias da Informação, Lisboa, Os Livros e Leituras, 2000
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Observações:
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente dos algarismos que o constituam (ex.: /2006/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados, um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras, há que atender ao seguinte:
- a um texto com uma extensão inferior a oitenta palavras é atribuída a cotação de O (zero) pontos;
- nos outros casos, um desvio dos limites de extensão requeridos implica uma desvalorização parcial (até cinco pontos) do texto produzido.

Estrutura do teste de avaliação 31/1/2008

Grupo I - 100 pontos;
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Grupo II - 60 pontos;
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Grupo III –: 40 pontos
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GRUPO I
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A)
1. Um texto d’ Os Lusíadas.
1.1. Perguntas de interpretação:
a) Explicação de sentidos textuais;
b) Identificação dos sentimentos ou pensamentos expressos pelo sujeito poético;
c) Identificação de figuras de estilo, justificando o seu valor expressivo;
d) Noções de versificação (métrica, tipologia estrófica e rimática).
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B)
2. Produção de um texto (sessenta a cento e vinte palavras) sobre Os Lusíadas, tendo em conta as seguintes temáticas:
  • Renascimento, um tempo e uma arte de mudança;
  • O Homem é a medida de todas as coisas;
  • Imitar os clássicos, imitar a natureza;
  • Renascimento em Portugal;
  • Renascimento na literatura portuguesa;
  • A epopeia renascentista – um projecto nacional;
  • Luís de Camões – vida e a obra;
  • Portugal no tempo de Camões;
  • As fontes d’ Os Lusíadas;
  • Características da epopeia;
  • Estrutura interna e externa d’ Os Lusíadas;
  • Uma perspectiva da História de Portugal;
  • O carácter pedagógico das reflexões do poeta.

Grupo II

1. Texto informativo

  • Identificação de sentidos textuais.
  • Questões sobre funcionamento da língua: articuladores do discurso e respectiva classificação; análise frásica ( frase simples/frase complexa; frase finita/frase não finita; coordenação/subordinação); funções sintácticas; actos ilocutórios.
  • Exercício de coesão e coerência textual através de exercícios de substituição.

GRUPO III

  • Produção de um texto de reflexão, de acordo com as directrizes apresentadas.
  • É obrigatória a apresentação de um plano-guia.

terça-feira, janeiro 22, 2008

Interprete as duas imagens seguintes à luz da Proposição.





Prove que sabe alguma coisa sobre "Os Lusíadas"

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Testes para principiantes:

Embarque na Epopeia Lusa



Consulte e explore esta página : Os Lusíadas de Luís de Camões (clique na imagem). Servirá para uma primeira abordagem, possibilitando uma perspectiva global.

Proposta de produção escrita

A heteronomia lança um desafio à blogurma:
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Proposta de produção escrita
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1ª Etapa:

  • Selecção de um tema da actualidade (política, social, ambiental, económica, científica, …);
  • Pesquisa e recolha bibliográfica de textos ou excertos sobre o tema (enciclopédias, livros, revistas, jornais, sítios da Internet, …); Deverá escolher, um mínimo de três e um máximo de seis fontes bibliográficas, que considere pertinentes e relevantes para o tema escolhido;
  • Leitura crítica dos textos recolhidos sobre o tema escolhido.

Temas possíveis:

  • Os problemas da globalização
  • O Novo Mundo - sociedade da informação e das novas tecnologias
  • Aquecimento global
  • As preocupações ambientais na sociedade actual
  • A vida na cidade
  • Amor e sexo duas realidades compatíveis ou incompatíveis
  • A importância do sonho para a realidade
  • Terrorismo porquê?
  • Drogas e outras substâncias
  • A liberdade de imprensa
  • Imposição dos valores do Ocidente aos países subdesenvolvidos
  • América e o Mundo
  • A função do cinema na sociedade actual ... ETC.

2ª Etapa:
- Realização de uma proposta de plano-guia para um texto de reflexão sobre o tema seleccionado e publicação no blog até ao dia 7 de Fevereiro.
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3ª Etapa:
- Aprovação e apresentação de sugestões de optimização do plano pelos professores até ao dia 9 de Fevereiro.
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4ª Etapa:
- Textualização. O texto, contemplando uma estrutura tripartida – introdução, desenvolvimento e conclusão – deverá ser publicado no blog até ao dia 15 de Fevereiro;