terça-feira, novembro 27, 2007

Proposta de teste - Ricardo Reis

Uns, com os olhos postos no passado,
Vêem o que não vêem; outros, fitos
Os mesmos olhos no futuro, vêem
O que não pode ver-se.

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Porque tão longe ir pôr o que está perto –
A segurança nossa? Este é o dia,
Esta é a hora, este o momento, isto
É quem somos, e é tudo.
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Perene flui a interminável hora
Que nos confessa nulos. No mesmo hausto
Em que vivemos, morreremos.
Colhe O dia, porque és ele.

...............................................Ricardo Reis
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Após a leitura atenta do poema Uns, com os olhos postos no passado, responda às seguintes questões de forma clara e correcta:
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1. Divida o poema em partes lógicas, apontando o assunto de cada uma delas.
2. Refira o tempo que o sujeito poético valoriza, comprovando a sua resposta com elementos textuais.
3. Indique a filosofia de vida proposta pelo sujeito poético. Justifique a sua resposta com expressões do texto.
4. A perfeição do estilo clássico pode justificar-se pela utilização de recursos estilísticos.
4.1. Identifique dois recursos estilísticos, apontando a seu valor expressivo.
5. Destaque do poema duas características deste heterónimo de F. Pessoa.
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Grupo II
Portugal foi verdadeiramente, durante muito tempo, ao longo da Antiguidade e de quase toda a Idade Média, o fim do mundo (...). E isto teria, no essencial, forçosamente determinadas consequências, como muito bem mostrou Orlando Ribeiro, em dois sentidos, afinal contraditórios.
Por um lado, no sentido do isolamento: não raras vezes, inovações e correntes culturais, provenientes dos principais centros europeus, foram chegando com atraso até Portugal, mais ainda do que à Península Ibérica no seu todo, ficando o país como que marginalizado relativamente à evolução que ocorria para além das suas fronteiras terrestres e, sobretudo, para além dos Pirenéus. Claro que seria simplista explicar este fenómeno unicamente pela posição, (...) mas não há dúvida de que se trata de um factor cujos efeitos foram sensíveis e perduraram até hoje, (...).
Mas, por outro lado, a posição geográfica de Portugal reflecte-se também em sentido oposto: numa tendência ou vocação dos seus habitantes para estabelecerem e consolidarem relações distantes através do mar. Parece inegável que para isso contribuíram os condicionamentos favoráveis desta parcela de terra projectada pelo Atlântico, no sentido da abertura de relações por via marítima, as quais se esboçaram desde cedo e culminaram, nos tempos modernos, com a fixação de amplos circuitos comerciais, através dos quais foram entrando em contacto diversas e longínquas regiões do mundo, que os Europeus pouco ou nada conheciam até ao começo do século XV. (...) Nesta faceta do significado geográfico da posição de Portugal, há que tomar em conta também os arquipélagos da Madeira e dos Açores. Ambos constituíram desde cedo escalas importantes nas grandes rotas oceânicas. E quando tais escalas perderam valor ou se tornaram desnecessárias, o segundo, mais ou menos a meio caminho entre a América do Norte e a Europa, em pleno oceano Atlântico, funcionou durante algum tempo como ponto de apoio imprescindível nas ligações aéreas iniciais que faziam contactar os dois continentes. Os progressos técnicos permitiram que, a breve trecho, aquelas se fizessem directamente. Mas os Açores conservaram valor estratégico considerável, que, em caso de tensão ou conflito internacional, se tem evidenciado até à actualidade.
Carlos Alberto Medeiros, "Um Preâmbulo Geral", in Carlos Alberto Medeiros (dir. Geografia de Portugal, vol. 1, Lisboa, Círculo de Leitores, 2005
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1. Para cada um dos quatro itens que se seguem (1.1., 1.2., 1.3., 1.4.) escreva, na sua folha de prova, a letra correspondente à alternativa correcta, de acordo com o sentido do texto.
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1.1. A afirmação “Portugal foi verdadeiramente (…) o fim do mundo”(linhas 1 e 2) significa que, nos períodos históricos referidos – Antiguidade e Idade Média -, Portugal era um espaço
a) visto como um lugar terrível e ameaçador.
b) situado num dos limites do mundo conhecido.
c) envolvido permanentemente em desordens.
d) desprovido de quaisquer meios de comunicação.
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1.2. A partir do século XV, a abertura de relações, por via marítima, com “diversas e longínquas regiões do mundo” (linha 20)
a) constitui um novo e grave factor de marginalização de Portugal na Europa.
b) deriva da intensificação das comunicações entre Portugal e o resto da Europa.
c) decorre da iniciativa dos grandes centros europeus situados além-Pirenéus.
d) resulta da acção de Portugal, dada a sua situação junto do oceano Atlântico.
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1.3. O antecedente de “aquelas” (linha 27) é
a) “relações por via marítima” (linha 16).
b) “grandes rotas oceânicas” (linha 22).
c) “tais escalas” (linha 23).
d) “ligações aéreas” (linha 26)
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1.4. O significado da expressão “não raras vezes” (linha 5) é
a) frequentemente.
b) esporadicamente.
c) muito raramente.
d) em nenhuma ocasião.
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2. Neste item, faça corresponder a cada um dos quatro elementos da coluna A um elemento da coluna B, de modo a obter afirmações verdadeiras. Escreva, na sua folha de respostas, ao lado do número da frase, a alínea correspondente.

GRUPO III .
1. “Eu nunca passo além da realidade imediata
Para além da realidade imediata não há nada.”
.......................................Alberto Caeiro, Poemas, Ed. Ática

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1.1. Partindo dos versos transcritos e das constantes temáticas da poesia de Caeiro, redija um texto expositivo-argumentativo, de 100 a 200 palavras, onde aborde a relação desse heterónimo pessoano com o mundo.Apresente o plano-guia do seu texto.

Frase Simples e Frase Complexa

Cada coisa a seu tempo tem seu tempo.
Não florescem no Inverno os arvoredos,
Nem pela primavera
Têm branco frio os campos.
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À noite, que entra, não pertence, Lídia,
O mesmo ardor que o dia nos pedia.
Com mais sossego amemos
A nossa incerta vida.
(…)
E assim, Lídia, à lareira, como estando,
Deuses lares, ali na eternidade,
Como quem compõe roupas
O outrora compúnhamos
.
Nesse desassossego que o descanso
Nos traz às vidas quando só pensamos
Naquilo que já fomos,
E há só noite lá fora.
Excerto de um poema de Ricardo Reis

1. Identifique e classifique as frases da primeira estrofe.
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
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2. Atente na segunda estrofe e faça corresponder às frases as classificações correctas das mesmas.
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1. À noite não pertence, Lídia,...........A). Frase subordinada adjectiva relativa
o mesmo ardor.......................................com antecedente explicativa finita.
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2. que entra......................................B). Frase Subordinante
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3. que o dia nos pedia.......................C). Frase simples finita

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4. Com mais sossego amemos...........D). Frase subordinada adjectiva relativa
a nossa incerta vida.............................. com antecedente restritiva finita.
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3. Atente nas duas últimas estrofes e classifique as seguintes frases:
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A) E assim, Lídia, à lareira, o outrora compúnhamos nesse desassossego
______________________________________________________________
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B) como estando, Deuses lares, ali na eternidade

______________________________________________________________
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C) Como quem compõe roupas

______________________________________________________________
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D) que o descanso nos traz às vidas
______________________________________________________________
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E) quando só pensamos naquilo
__________ ____________________________________________________
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G) que já fomos,
______________________________________________________________
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H) E há só noite lá fora
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sábado, novembro 17, 2007

Álvaro de Campos

Os desabafos de Álvaro de Campos

“Sou demasiado amigo de Fernando Pessoa para dizer bem dele sem me sentir mal: a verdade é uma das piores hipocrisias a que a amizade obriga.”

“O Super-homem será, não o mais forte mas o mais completo!O Super-homem será, não o mais duro, mas o mais complexo!O super-homem será, não o mais livre, mas o mais harmónico!Proclamo isto bem alto e bem no auge, na barra do Tejo, de costas para a Europa, braços erguidos, fitando o Atlântico e saudando abstractamente o infinito!”

“Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.”

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Ricardo Reis

Os Pensamentos de Ricardo Reis

"Para ser grande sê inteiro: nada teu exagera ou exclui.Sê todo em cada coisa. Põe quanto és no mínimo que fazes.Assim em cada lago a lua toda brilha,porque alta vive."

"Aos deuses peço só que me concedam O nada lhes pedir"

"Quer pouco: terás tudo.
Quer nada: serás livre."
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Material de Estudo
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quinta-feira, novembro 15, 2007

Alberto Caeiro

As palavras de Caeiro

"Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora; e um sonho do que poderia ser se a janela se abrisse, que nunca é o que se vê quando se abre a janela"

“Passou a diligência pela estrada, e foi-se; E a estrada não ficou mais bela, nem sequer mais feia. Assim é a acção humana pelo mundo fora. Nada tiramos e nada pomos; passamos e esquecemos; E o sol é sempre pontual todos os dias."

"Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
Não há nada mais simples.
Tem só duas datas - a da minha nascença e a da minha morte.
Entre uma e outra todos os dias são meus."

“Pouco me importa.

Pouco me importa o quê? Não sei: pouco me importa.”
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Material de estudo
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Outras páginas interessantes
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segunda-feira, novembro 12, 2007

Produto Multimédia

A heteronomia lança um desafio à blogurma:

1. Cada um dos blogs (cada equipa que constitui o blog) deverá escolher um poema dos heterónimos de Fernando Pessoa e seleccionar um conjunto de imagens e uma música adequados à composição poética escolhida.

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2. Este trabalho consistirá na associação de texto, imagens e música, devendo ser apresentado em power point ou movie maker (ou qualquer outro programa compatível) até ao dia 25 de Novembro de 2007.
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3. Com este trabalho, os docentes pretendem avaliar a capacidade dos alunos para estabelecer relações de sentido entre o texto, a imagem e a música. Além disso, servirá, ainda, para verificar a capacidade dos alunos trabalharem em grupo.
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A "Feira de Castro" vai a votos

A heteronomia lança um desafio à blogurma:



1. Todos os alunos deverão escolher a melhor produção escrita sobre a “Feira de Castro”, ou seja, o melhor texto ao nível do conteúdo (temático) e da forma (estilístico).

2. Esta votação deverá ser apresentada na secção dos comentários do texto escolhido, até ao dia 19 de Novembro de 2007, com a seguinte forma: “Eu considero que esta é a melhor produção escrita” (ou outra expressão de conteúdo semelhante), assinado pelo autor da missiva.

3. Esta votação servirá para escolher o melhor texto a ser publicado num dos órgãos informativos regionais e será utilizada pelos docentes para avaliarem a capacidade dos alunos identificarem um texto com qualidade temática e estilística.

N.B.: A publicação do texto só será feita se o autor o autorizar.